Opinião: A fuga de Eduardo Bolsonaro para os EUA

Por Fernanda Feltes

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) alega que buscou refúgio nos Estados Unidos para escapar de uma suposta perseguição política sofrida no Brasil. Seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – agora réu por tentativa de golpe –, chegou a afirmar que não conseguiu convencer Eduardo a ficar no país. Logo após a viagem do filho, Bolsonaro voltou a focar na sua rotina política, participando da manifestação que pedia por sua anistia e tentando evitar a abertura do processo que pode levá-lo à prisão.

A fuga irrelevante de Eduardo é acompanhada de alegações sobre ser um suposto exilado político. Ou seja: mais do mesmo da birra bolsonarista de utilizar temas e palavras-chave impactantes para repercutir na internet e justificar suas narrativas. Muito barulho com pouco fundamento.

Um exemplo disso foi a situação de seu passaporte. O PT protocolou um pedido de apreensão do documento, o que impediria sua viagem ao exterior. Mas o pedido foi negado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Morais. Justamente aquele que Eduardo alega ser seu perseguidor.

A escolha pelos Estados Unidos representa mais uma peça do xadrez da direita em busca de repercussão das pautas brasileiras em nível internacional. Eduardo busca acolhimento do governo do presidente estadunidense Donald Trump como uma criança busca refúgio no colo da mãe após perder no futebol.

 A falsa premissa de que Trump tem poder capaz de proteger alguém da legislação brasileira é uma narrativa repercutida por Bolsonaro ao longo seu mandato. Não por acaso, ele deixou o Brasil em 2022 após perder as eleições presidenciais para Lula. Já está na hora de parar de lavar roupa suja na casa dos outros.