Bola de Ouro: a representatividade e o legado da diversidade no futebol

Em meio ao domínio europeu, jogadores de diferentes nacionalidades e etnias conquistam espaço e inspiram futuras gerações, mostrando a força da diversidade no esporte

Gabrielly Camargo

Por: Bárbara Valério Jardim e Laura Lopes Gisler

Reprodução/ capa do jornal espanhol Marca

Nas últimas 29 edições da premiação Bola de Ouro, 15 vencedores são europeus e os outros 14 são de outras origens. Destacando a competitividade entre jogadores de diferentes nacionalidades. O levantamento considera os vencedores desde 1995, quando passou-se a considerar também jogadores de fora da Europa. Após 17 anos, o Brasil pode ganhar bola de ouro com Vinicius Junior que tem se destacado no clube Real Madrid. O último brasileiro a conquistar o troféu foi Kaká, em 2007.

Nesse sentido, a América do Sul e a África, principais elementos dessa pesquisa, foram responsáveis por diversos gols marcantes e ícones da cultura de cada um de seus respectivos países. Visto que, o próprio Lionel Messi foi o responsável por todas as Bolas de Ouro de seu país, nos anos 2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019, 2020, 2021 e 2023. Veja o gráfico a seguir:

A Argentina ganhou 8 vezes. Seguido do Brasil, que venceu 5 vezes e o único país africano a ganhar essa condecoração foi a Libéria, uma vez, sendo do atacante George Weah em 1995, sendo o primeiro não-europeu a ganhar o título.

Uma curiosidade nas premiações do Brasil é que todos que receberam essa honraria começam com R, começando por Ronaldo Názario, único brasileiro com duas bolas de ouro, com prêmio em 1997 e 2002, Rivaldo em 1999, Ronaldinho em 2005 e por último Ricardo mais conhecido como Kaká em 2007.

Entre os 5 vencedores brasileiros dessa premiação, 4 deles são negros. O que pode nos levar a refletir sobre a posição em que a representação e os desafios que a população negra enfrenta, esse destaque pode ser visto como uma grande conquista para a população negra brasileira. Com essas vitórias brasileiras tornaram-se um exemplos e inspirações para as gerações futuras. Em um cenário que até hoje a inclusão é um desafio, essas vitórias nos mostram a importância da diversidade e motiva a trabalhar para cada vez mais ser reconhecido pela sociedade.

Para observar a reflexão, abaixo segue outro gráfico com a representatividade negra na premiação bola de ouro, no qual a cor laranja representa os 7 jogadores negros, sendo eles: George Weah, da Libéria, Eusébio, de Portugal, Gullit da Holanda, e os brasileiros Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo.

Em contrapartida os 60 outros jogadores são representados pela parte azul.

O brasileiro Vinicius Junior teve uma grande temporada pelo Real Madrid e foi decisivo na conquista da Champions League. Ele era considerado o favorito ao prêmio pela imprensa, mas teve concorrentes, como seus companheiros de time Jude Bellingham, Mbappé, Halaand, Phil, Rodri, do Manchester City, que acabou ganhando a honraria, entre outros jogadores.

Vini Jr. tem contribuído muito nos últimos anos com gols e títulos de peso pelo Real Madrid. A revista francesa France Fotball leva em consideração a temporada 2023/2024, na qual Vini Jr foi um dos principais jogadores da Europa. Mesmo com números inferiores a Cristiano Ronaldo e Messi em seus tempos de glória, Vini tem 24 gols e 11 assistências, se consolidando como uma das principais peças do time.