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Jornalismo Especializado

Edição de Giulia Koller e Isadora Lawall

Olá! Só conseguiu parar para respirar agora? Então confere abaixo o que rolou de mais importante nos últimos dias no mundo da economia.


📬 Na edição de hoje:

🌾 China e países árabes botam grana no agro BR
Investimentos estrangeiros estão impulsionando o agronegócio e a infraestrutura por aqui — especialmente em regiões fora do radar, como o Norte e o Centro-Oeste.

🌍 EUA e China fazem trégua de 90 dias na guerra tarifária
Depois de meses de tensão, as duas potências deram uma pausa nas tarifas. O acordo pode aliviar o comércio global e beneficiar o Brasil.

💻 Nova IA do Google promete chacoalhar o mundo dev
Com bilhões investidos, a big tech está testando uma IA que ajuda a criar softwares — e isso pode mexer (muito) com o mercado de trabalho.

📈 O que a tensão EUA-China tem a ver com o preço da sua compra?
Com o Brasil ganhando espaço como fornecedor, exportações sobem — mas o efeito colateral pode ser o aumento nos preços por aqui.

📈 Ibovespa em alta: sinal de alívio (por enquanto)
O principal índice da bolsa brasileira subiu com o clima mais amigável entre EUA e China. É bom para o mercado, melhora a confiança — mas no bolso do brasileiro, os efeitos demoram

👷Trump deportou, o RS contratou
A indústria gaúcha quer contratar mais e viu nos deportados dos EUA uma oportunidade para preencher vagas e movimentar a economia local.

Moda circular vira renda extra da Geração Z
Roupas paradas virando dinheiro: o desapego consciente virou negócio — com grana no bolso e menos impacto ambiental.


GRANA

🌏 O que a China e os países árabes têm a ver com o crescimento do Brasil? 

(Na imagem: o presidente da China, Xi Jinping (esquerda), e o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (direita) | Crédito: Ricardo Stuckert) 

Por Vinícius Goulart e Lauryn Souza 


China tá investindo pesado no agro brasileiro 

A China tá colocando muita grana no agronegócio do Brasil — e isso pode render bons frutos (literalmente) pra gente. Segundo o professor Gustavo Inácio de Morais, da PUCRS, o objetivo chinês é bem claro: garantir comida para sua população. Mas não é só questão de plantar e colher…  

🚜 É investimento no pacote completo Para garantir o agro funcionando, os chineses estão apostando também em infraestrutura: Estradas, ferrovias, portos, armazéns… 

Tudo isso fortalece regiões como o Centro-Oeste e o Norte, que muitas vezes ficam fora do foco, mas são super estratégicas para a produção agrícola. 

💬 “Qualquer capital é bem-vindo”, resume o professor. 

💼 E não para por aí… 

Além do agro, China e países árabes estão de olho em outras áreas também, como o setor químico. A chegada de novos parceiros comerciais ajuda o Brasil a não depender sempre dos mesmos países — o que é ótimo para a economia. 

📌 Em resumo: 

  • A China quer segurança alimentar e tá investindo no Brasil 🌾 
  • Infraestrutura tá ganhando força com capital estrangeiro 🏗️ 
  • Países árabes também entram na jogada, especialmente na indústria química 🧪 
  • Isso tudo pode impulsionar o crescimento, principalmente onde o Brasil tem menos recursos 💸 

POR AÍ

🌐 China e Estados Unidos decidem dar uma trégua na guerra das tarifa

(Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (esquerda), e presidente da China, Xi Jinping (direita), durante encontro do G20 em Osaka|Crédito: Kevin Lamarque/Reuters)

Por Érica Alves e Gabriela Figueiredo


⚔️ Guerra comercial pausa por 90 dias

Desde fevereiro de 2025, China e EUA estavam no meio de uma guerra tarifária intensa.
Mas no dia 12 de maio, os dois países decidiram dar uma trégua:

  • EUA: tarifas sobre produtos chineses caem de 145% para 30%
  • China: tarifas sobre produtos dos EUA diminuem de 125% para 10%

🤔 O que foi essa treta toda?

Duas das maiores economias do mundo entraram em confronto depois de medidas do então presidente dos EUA, Donald Trump.
A ideia era proteger a indústria americana — mas o impacto foi global.

Conversamos com a economista Natane Fraga Lopes (UFRGS), que resumiu bem: “A guerra das tarifas foi uma estratégia agressiva, mais política do que eficaz economicamente. Gerou instabilidade no mundo inteiro.”


🔍 Do lado da China:

  • Queda nas exportações
  • Demissões em setores industriais
  • Crescimento econômico mais lento

Quem mais sofreu:
👷‍♂️ Trabalhadores migrantes
🏭 Pequenas empresas

A resposta do governo foi dura: retaliações comerciais.
E a da população? Nacionalismo na veia.


🔍 E os Estados Unidos?

EUA também se deram mal em alguns pontos:

  • Alta nos preços
  • Setor agro prejudicado
  • Governo teve que bancar produtores com bilhões 💸

Mesmo assim, rolou uma onda de patriotismo parecida com a da China.
Mas o governo não escapou das críticas por conta dos custos econômicos.


🤝 E agora?

Durante o fim de semana, Trump e Xi Jinping se encontraram em Genebra (Suíça) para discutir os rumos da guerra comercial.

Segundo a economista Natane:

“Esse momento sinaliza uma possível retomada do diálogo entre as duas potências. Representa um passo diplomático importante após anos de conflito.”


TECNOLOGIA

Nova IA do Google promete agitar o mercado de desenvolvimento de software

Imagem ilustrativa

Por Arthur Amandio e Natália Lima


💸 Google vai despejar bilhões na IA

No evento Google Cloud Next, a big tech mandou o recado:
vai investir mais de US$ 75 bilhões em inteligência artificial só em 2025.
Sim, você leu certo: bilhões com “B”.


💻 Nova IA focada em software

Segundo a Reuters, o Google já tá testando uma IA especializada no desenvolvimento de softwares.
O projeto ainda é beta, mas deve aparecer oficialmente na conferência de desenvolvedores da próxima semana.

Spoiler? 👀 Vem aí uma IA que promete escrever código, automatizar processos e talvez até tirar umas vagas de programador do mercado…


📉 O impacto no trampo

A empolgação com a IA é real, mas os efeitos colaterais também.
Dados da ONU apontam que mais de 40% dos empregos no mundo podem ser afetados por tecnologias de IA.
E no Brasil? 👨‍💻

33 mil empresas trabalham com desenvolvimento de software, segundo a Abes.
Ou seja, muita gente pode sentir esse baque.


💬 O que dizem os especialistas?

A autora e futurista Martha Gabriel resume bem:

“Não existe lugar onde a IA não possa ajudar. Mas precisamos pensar em como essas mudanças vão afetar o mercado de trabalho e como apoiar quem pode perder espaço por causa dessas transformações. Afinal, pensar em IA também é pensar em pessoas.”


Resumo de sistema:

  • Google vai injetar US$ 75 bi em IA em 2025
  • Nova IA pode mudar como o software é desenvolvido
  • Oportunidades? Sim. Mas também ameaças para o mercado de trabalho
  • É hora de pensar no futuro do trabalho com humanidade

AGRO

🛒 Como a tensão entre EUA e China pode pesar nas suas compras de mercado?

Por Caetano Milani e Luiza Vargas


Pausa no conflito comercial

Na madruga da terça (13), EUA e China — os dois gigantes da economia global — decidiram dar um tempo na briga.
Eles fecharam um acordo de paz comercial, com validade de 90 dias, que pode reduzir tarifas em até 115% (sim, você leu certo: 💯 e quinze por cento!).


 E o Brasil com isso?

Antes mesmo do acordo, a China já estava de olho no Brasil e abriu mercado pra mais produtos nossos, como:

🥜 Farelo de amendoim
🍗 Miúdos de aves
🦆 Carnes de pato e peru

Ou seja, a treta entre eles virou oportunidade pra gente.


📈 Ganha o agro…

O economista Bruno Gurgel explica:

“Enquanto as tarifas se mantiverem nos altos patamares acordados, os impactos devem continuar sendo sentidos de maneira positiva para o Brasil, especialmente no setor agropecuário.”

Traduzindo:
Com China e EUA se estranhando, o Brasil vira plano B (ou até A) pra abastecer esses países com alimentos. Resultado? 📦 Nossas exportações bombam.


💸 Mas pesa no bolso

Nem tudo são flores 🌹.

Quando o mundo inteiro quer comprar do Brasil, a demanda interna disputa com a externa. Isso gera um efeito direto:

📈 Preço sobe por aqui.
🍞🥩 O agro ganha, mas você sente no carrinho do mercado.


📌 Resumo do carrinho:

  • China e EUA deram uma trégua de 90 dias nas tarifas
  • O Brasil ganhou espaço no mercado internacional de alimentos
  • O agro comemora 💰
  • Mas o consumidor pode pagar mais caro no mercado 🛒

INDICADORES ECONOMICOS

Ibovespa em alta: e eu com isso? 

Gráfico IBOV | TradingView

Por Mariana Czamanski 


O IBOVESPA é o principal termômetro da bolsa de valores do Brasil. Ele mostra como estão indo as ações das maiores empresas do país e, por tabela, dá uma ideia do humor do mercado. 


Assim o termômetro, subiu recentemente por causa da melhora nas relações comerciais entre Estados Unidos e China, que animou os mercados e aumentou a confiança dos investidores.  

Mas fica o alerta, já que o professor de economia Gustavo Inácio de Morais, da PUC-RS, aponta que ainda podemos ver pressão no câmbio no segundo semestre e descreve o momento atual como 💬 “um alívio temporário”


E para a gente aqui no Brasil, o que muda? 

💸 Impacto no dia a dia? Quase nada… por enquanto. 
Diferente de países como os EUA, onde a bolsa é mega conectada à vida da galera, no Brasil essa relação é mais distante. A alta da bolsa não significa que o salário vai subir ou que o emprego vai melhorar amanhã

📈 Mas tem seus efeitos, sim. 
Quando a bolsa sobe, empresas e investidores ficam mais confiantes. Isso pode levar a mais investimentos, o que, com o tempo, pode gerar empregos e melhorar a economia real. Mas é um processo lento.  

Problemas que continuam no radar

Apesar da empolgação do mercado, a economia brasileira ainda tem desafios grandes

  • Baixa competitividade: Produzir no Brasil ainda é caro e complicado. 
  • Desorganização fiscal: As contas do governo seguem no vermelho. 

Tudo isso atrapalha os efeitos positivos da alta da bolsa. Ou seja, o mercado pode até estar otimista, mas isso não resolve sozinho os perrengues do país


TRAMPO

🛠 Como uma decisão de Trump pode solucionar um problema da indústria gaúcha?

 

Por Gabriel Miranda e João Pedro Cecchini

A indústria gaúcha quer contratar mais, mas está com dificuldade.
Uma decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, pode ajudar a trazer mais trabalhadores para o RS.


Por que falta mão de obra?

Uma série de fatores ajuda a explicar a falta de mão de obra, mas a base é:
a fatia da população disponível para trabalhar é menor e a taxa de desemprego no Brasil está nos níveis mais baixos da história.


🔗 Qual a relação?

Medidas anti-imigração de Trump resultaram na deportação de milhares de estrangeiros. Ou seja: é mão de obra livre que volta ao país de origem — muitas vezes sem perspectiva de emprego.


💡 Proposta de solução

A Federação das Indústrias do RS (Fiergs) fará um projeto-piloto, a partir do próximo mês, com a fabricante de ônibus Comil, de Erechim. O plano é capacitar e empregar 50 deportados, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

💬 “Colocamos o Senai como uma porta de acesso para o imigrante ter uma certificação local ao trabalho”, diz Susana Kakuta, diretora-geral do Sesi, Senai e IEL no RS, do Sistema Fiergs.


POP

👗 Desapega, garimpa e lucra: o armário virou negócio

Por Carlo Amoretti e Lohana Barros


💰 Que tal fazer uma grana extra e ainda ajudar o meio ambiente? Se tem uma coisa que a Gen Z entende é de estilo com propósito. A moda circular está em alta, e a Rafhaela Simões, 25 anos, sabe bem disso!

A publicitária aderiu à prática como fonte de renda extra e acabou criando um negócio de sucesso:
📦 grana no bolso + menos impacto na natureza 🌱


🛍 Como funciona?

Através da plataforma Enjoei – um marketplace para roupas, acessórios e outros desapegos – Rafhaela vende peças que já não combinam mais com seu estilo e estavam paradas no armário. “Às vezes eu quero uma roupa nova que eu vi, e daí aproveito o dinheiro que ganhei vendendo roupas que eu já não usava mais para comprar novas”, comenta.


Moda com propósito

O que Rafhaela faz é um exemplo claro de Economia Circular! Um modelo que busca reduzir o desperdício de materiais e recursos. Ao dar novo destino às roupas, ela prolonga o ciclo de vida das peças e evita o descarte no lixo.


📊 Números que impressionam

A plataforma Enjoeijá bateu:

  • 84,6 milhões de produtos anunciados
  • R$ 418 milhões em vendas só no 4º trimestre de 2024

Para Rafhaela, isso virou uma renda real:

“Já faturei mais de R$ 8 mil vendendo peças paradas do meu armário.
Tem mês que tiro R$ 100, tem mês que dá R$ 400. Até viajei com esse dinheiro!