Documentário “Bi-chas, trans e sapatões de Porto Alegre” dá voz à cena LGBTQIAPN+ da capital

A produção, dividida em cinco episódios, destaca histórias de pessoas que moldam a cena LGBTQIAPN+ na capital e região metropolitana, dando voz às suas trajetórias, lutas e conquistas

Andrei dos Santos Rossetto

Foto: Reprodução/Lab J

Em junho, mês de celebração do orgulho LGBTQIAPN+, o Laboratório de Jornalismo Integrado da Famecos lançou a minissérie documental “Bi-chas, trans e sapatões de Porto Alegre”. A série foi produzida pela estagiária Thayná Weissbach e pelas voluntárias Alana Borges e Vittória Becker, sob a supervisão da professora Fernanda Nascimento. A produção reúne personagens de diferentes gerações e contextos, que compartilham vivências atravessadas por ativismo, arte, educação, política e identidade. Cada capítulo apresenta uma personalidade marcada pela luta por visibilidade, direitos e dignidade para a comunidade.

No primeiro episódio, a escritora e professora Natalia Borges Polesso, mulher lésbica, compartilha sua história conectando literatura, identidade e representatividade. Depois, o militante Célio Golin, homem gay, fala sobre sua luta pelos direitos LGBTQIAPN+ através da ONG Nuances, e os avanços e os retrocessos enfrentados nos últimos anos. Já a professora Bruna Klein, que é mulher bissexual e autista, fala sobre o apagamento da bissexualidade e o trabalho coletivo por mais visibilidade, especialmente através do coletivo Amora.

O educador físico e pesquisador Eric Seger Camargo, homem trans, discute os desafios enfrentados por pessoas trans no esporte e no acesso à educação e ao trabalho. Para fechar a série, a estudante Niara Dy Luz, mulher trans, negra e cotista, conta sua trajetória de vida e como foi marginalizada. Ela também fala sobre sua participação no movimento estudantil e como coordenadora-geral do DCE da UFRGS — sendo a primeira mulher transsexual a ocupar o cargo.

O documentário mostra histórias que muitas vezes passam despercebidas, fazendo com que o público pense sobre pertencimento e resistência. Para a professora Fernanda Nascimento, que supervisionou o projeto, a construção da série foi marcada por um compromisso com a diversidade e a escuta atenta. “Fico muito satisfeita com o processo de construção da série, que envolveu uma pesquisa sobre nomes históricos na cena porto-alegrense, uma preocupação com a inclusão de diferentes pessoas não apenas com relação ao fato de serem de diferentes grupos da comunidade LGBT, mas também de pertencimento racial, de geração e de origem social”, disse ela.

A série completa está disponível na playlist abaixo e no canal do YouTube do Lab J.