Famecos é finalista do prêmio Expocom Sul

Por Vitor Mateus

Foto Olivia Gayer

A Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos é finalista em duas modalidades do Expocom Sul 2025. A disputa representa a etapa regional para a região Sul do Prêmio Expocom Nacional, promovido há mais de três décadas pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). A premiação é a maior mostra competitiva de trabalhos experimentais em comunicação do país, reunindo estudantes de graduação de todas as regiões, e oferecendo 71 modalidades distribuídas em seis categorias especializadas.

A participação no prêmio destaca o compromisso da Famecos com a formação prática e o aprimoramento constante. O Laboratório de Jornalismo concorre na modalidade Agência escola/júnior de jornalismo e enviou para avaliação os seguintes conteúdos:

Enchentes de maio não impedem alto índice de reeleição, reportagem de Lucas Azeredo e Luciana Weber que investiga como o desastre climático ocorrido no Rio Grande do Sul em maio de 2024 influenciou as eleições municipais realizadas posteriormente. O foco está no desempenho eleitoral de prefeitos que buscavam reeleição em cidades que decretaram emergência ou estado de calamidade pública. A premissa central é que eventos extremos podem alterar a forma como a população avalia seus gestores, mudando os critérios de julgamento político. O texto já foi vencedor da categoria Destaque Acadêmico do 4º Prêmio de Jornalismo da Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul.

Negligência Climática: MP analisa megaobra do Zaffari e seus efeitos ambientais, reportagem de Anita Ávila,  investiga os impactos socioambientais provocados pela construção de um grande empreendimento do Grupo Zaffari em uma área de Mata Atlântica localizada no bairro Jardim Itu Sabará, em Porto Alegre (RS). O projeto, que inclui supermercado, atacado e condomínio de luxo, avança sobre cerca de 50 hectares de vegetação nativa, gerando preocupação quanto à perda de biodiversidade, alteração do microclima local e aumento da vulnerabilidade urbana frente a eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes no estado do Rio Grande do Sul. O trabalho foi um dos escolhidos para a Mostra Abraji, que acontecerá em julho, em São Paulo.

100 dias vivendo embaixo da ponte, reportagem de Gabrielly Camargo e Luciana Weber, investiga as condições de vida de famílias desabrigadas pela enchente de maio de 2024 em Porto Alegre, concentrando se em um núcleo familiar que vivia há mais de cem dias sob a ponte de acesso à Ilha dos Marinheiros, às margens da BR-290. O trabalho acompanha a trajetória de Gabriela Santos de Freitas, seu marido Milton Lemos e sua filha Natália, detalhando os efeitos prolongados da tragédia climática sobre a vida cotidiana de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Isso não pode! Memórias da Imprensa Gaúcha na Ditadura, documentário com produção de Eduarda Wisniewiski e Luciana Weber, reconstrói, por meio de relatos em primeira pessoa, a trajetória de profissionais que atuaram em um contexto de hostilidade à liberdade de expressão. A narrativa revisita os bastidores da imprensa alternativa no Rio Grande do Sul, destacando experiências marcadas por vigilância, silenciamento e enfrentamento, com atenção especial ao papel de um dos periódicos mais expressivos do período. O documentário também já recebeu premiações, sendo o primeiro colocado na categoria acadêmico no 41º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo. 

LAB J Especial Eleições, série de podcasts com produção e apresentação de Amanda Steimetz, David Ferreira, Gabrielle Orezko, Júlia Maidana, Nethely Oliveira, Pedro Pereira e Rodrigo Santiago,  busca esclarecer importantes assuntos vinculados ao período eleitoral de 2024. A seleção dos temas apresentados nos quatro episódios da série foi pautada pelo interesse público, concentrando-se no esclarecimento de dúvidas comuns através da participação de especialistas e personagens envolvidos no processo eleitoral. Os episódios contam diferentes aspectos da composição das eleições municipais como um evento, e sua relevância como meio de expressão social e ferramenta de construção democrática.

David Ferreira, estagiário do laboratório, explicou como foram feitas as escolhas das reportagens que representam o LabJ na Expocom. “Primeiro, pré-selecionamos reportagens que já haviam sido premiadas ou publicadas em veículos jornalísticos. Achamos que valia incluí-las na amostra”, explicou. “Todos os voluntários, estagiários e professores participaram. Escolhemos os materiais com mais destaque, bom tempo de produção e bom resultado”, afirmou. “Ou seja, colocamos as matérias no quadro e decidimos em conjunto”, concluiu o estudante.

Os estudantes Antonio Mariano, Cássio Fonseca, João Gabriel Pezzini, Pedro Costa e Tamires Roldão também são finalistas da Expocom, mas na modalidade Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Áudio e Rádio (avulso). Os alunos produziram o “Link na Bio”, um podcast que teve como objetivo se aprofundar no universo dos criadores de conteúdo adulto, ainda um tabu na sociedade, abordando as nuances de quem produz para plataformas como Privacy e Onlyfans. “Ficamos animados ao descobrir que nosso trabalho é um dos finalistas da modalidade”, disse o estudante Antonio Mariano. “Vencemos o Set, o ARI Universitário e estamos ansiosos para apresentar o trabalho em Chapecó nesta próxima etapa”, concluiu o aluno sobre a premiação. 

O Expocom Sul 2025 será realizado de 3 a 5 de julho na Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), em Chapecó, Santa Catarina. Promovido pela Intercom, o evento faz parte do 24º Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul e reúne estudantes para apresentar os melhores trabalhos experimentais da graduação em Comunicação. Com o tema “Repensar a Comunicação”, a edição deste ano discute desafios atuais, como fake news, inteligência artificial e o papel social da comunicação.