Lab J conquista o prêmio Direitos Humanos de Jornalismo

Documentário “Isso não pode! As memórias da imprensa gaúcha na ditadura” foi escolhido melhor trabalho na Categoria Acadêmico.

Rudá Portanova

O Laboratório de Jornalismo Integrado da PUCRS (Lab J) conquistou o primeiro lugar na Categoria Acadêmico no 41º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo promovido pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos. A premiação deste ano teve como tema “Democracia” e o trabalho que levou o Lab J à conquista do prêmio, o documentário “Isso não pode! As memórias da imprensa gaúcha na ditadura” foi realizado pelas alunas de jornalismo da PUCRS, Eduarda Wisniewski e Luciana Weber, e pelos professores Andrei Rossetto e Fábio Canatta. Em 2023, o Lab J já havia recebido Menção Honrosa na mesma categoria, com o trabalho “A origem do dia nacional da liberdade de imprensa”.

O documentário foi realizado no ano em que o golpe civil-militar de 1964 no Brasil completava 60 anos, no dia 1 de abril de 2024. O conteúdo premiado relembrou os momentos difíceis de censura e violência vividos pela imprensa brasileira na época. Para isso foram ouvidos os jornalistas Carlos Bastos, Elmar Bones e Rafael Guimarães que tiveram as suas atividades severamente impactadas no período, além do historiador e militante pelos Direitos Humanos Jair Krischke. 

“Estou me sentindo extremamente feliz e honrada de receber um prêmio tão significante para o campo jornalístico. Me torno no próximo semestre uma profissional da comunicação e receber este prêmio é um sentimento de muita emoção e gratidão pelas parcerias e mentorias que os professores nos passaram para que a gente conseguisse um resultado tão bom”, afirma Eduarda Wisniewski. 

Ela define a realização deste trabalho como “desafiador”. Apesar de demandar muito esforço e dedicação na hora da edição e da produção do documentário, o produto final foi muito gratificante. 

“O resultado que a gente teve superou as expectativas, obviamente, porque o prêmio é fruto de uma perspectiva muito boa das pessoas poderem olhar e perceber o quão ruim foi a ditadura e o quão importante é a imprensa, a liberdade de imprensa e o jornalismo na nossa sociedade”, conta a vencedora. 

Andrei Rossetto sente orgulho de ter o trabalho das alunas reconhecido em um prêmio nacional desta relevância e acredita que o documentário contribui para que o público entenda o cenário histórico e político por trás do momento tão sombrio do nosso país. Para o professor, o documentário contribui para “qualificar o debate com análises e contextualizações aprofundadas e ajuda a desenvolver o senso crítico, uma das principais funções do jornalismo”. 

“Fiquei imensamente feliz com a distinção. Acompanhei de perto o trabalho da Duda e da Lu desde a produção até a finalização do documentário e sei o quanto elas se dedicaram. O prêmio é uma recompensa muito merecida.Será um baita orgulho receber o prêmio ao lado de estudantes tão dedicadas, com pautas tão fundamentais, sobre uma história que não pode ser esquecida”, diz o professor Fábio Canatta. 

O prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo é um dos mais antigos e tradicionais. Mais de 30 anos de forma ininterrupta premiando profissionais de todo o país por produções que retratam, na maioria das vezes, sobre violações de direitos fundamentais. Reportagens indispensáveis na construção de uma sociedade mais justa e diversa. Na menção honrosa da categoria conquistada pelo Lab J, tivemos o trabalho da doutora em Comunicação Social pela PUCRS, Larissa Caldeira de Fraga, “O movimento Say Her Name e a invisibilidade da morte de mulheres negras: A cobertura dos casos Breonna Taylor e Cláudia Silva Ferreira no jornal da globo”.