Mapa interativo virtual oferece serviços para comunidade LGBTQIA+ em Porto Alegre

O lançamento também foi palco para debates sobre o ecossistema LGBT na política e no campo audiovisual

Eduarda Wisniewski

Originalmente publicado em 14/12/2023 (Medium Lab J).

Na tarde desta quarta-feira (13), ocorreu o evento Bonde LGBT+, em um bar no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. O projeto foi conduzido pela Organização VoteLGBT+, juntamente com a ONG SOMOS, na qual puderam compartilhar com convidados, líderes públicos e imprensa, o lançamento de um mapa interativo virtual, que visa trazer mais diversidade e inclusão, além de orientar essa população em mais de 120 ambientes e recursos seguros espalhados pela capital.

O serviço que já está disponível, conta com diversos recursos, entre eles, o de assistência, que engloba ambientes como o Ambulatório Trans de Porto Alegre e o Programa Transdisciplinar de identidade de gênero. E ainda, outros como a Casa de Cultura Mario Quintana, Ocidente Bar, Nuances que se encaixam nas categorias cultura, sociabilidade e política.

Pesquisador Marcos Tolentino, e demógrafo Samuel Araújo no palco, apresentando o projeto / Foto: Eduarda Wisniewski

O bate-papo teve como início as falas dos representantes Caio Klein, diretor executivo da SOMOS, e da ativista Patrícia Borges, da Vote. Os líderes destacaram a importância da união das instituições para gerar maior engajamento do público LGBT na região, incluindo a garantia, através do mapeamento desses espaços, de um ecossistema amplo e de acolhimento. Ainda segundo Patrícia, Porto Alegre é a primeira cidade fora de São Paulo a receber esse projeto com o Mapa LGBT+. Em um segundo momento, o pesquisador Marcos Tolentino, e o demógrafo, Samuel Araújo, abordaram mais sobre as atividades feitas para a conclusão do projeto, que foi idealizado através de algumas frentes.

A primeira delas, segundo eles, foi conduzida por meio da indicação de locais através da própria comunidade LGBT, o aplicativo Grindr e pessoas que frequentaram a Parada Livre no último dia 10. “ A melhor forma de conhecer as pessoas é indo na Parada, que é um grande evento político, e que é também um momento de diversão”, salientou o demógrafo. Com isso, os pesquisadores conseguiram decifrar os lugares mais frequentados pela comunidade, e assim, puderam criar a estrutura e tornar o projeto viável. Além disso, outras 15 lideranças políticas também foram questionadas sobre conquistas e desafios na política, em vista da chegada das eleições municipais, em 2024.

Já o segundo ponto de destaque no projeto e nas análises, se deu pela publicação de dados sociodemográficos das pessoas entrevistadas, que acarretou em uma melhor visualização dos movimentos econômicos, sociais e culturais da comunidade. Para o vereador e defensor das causas LGBT, Giovani Culau (PCdoB), que estava presente na cerimônia, ter projetos como o Mapa LGBT+ chegando e ganhando visibilidade em Porto Alegre, é um modo de reafirmar direitos. “Uma das importâncias fundamentais é esse esforço da garantia de visibilidade para as nossas lutas e para a nossa existência”, relatou. Ainda segundo o político, a divulgação desse evento pode influenciar na criação de novas políticas públicas.

O Festival LGBTflix:

Ao final da apresentação, o público presente pode também conferir outro lançamento da parceria entre as organizações, o Festival LGBTflix. A iniciativa é focada em receber curtas metragens filmados por pessoas pertencentes ao grupo, ou contando uma história sobre essa diversidade. Os vídeos podem ser encaminhados até o dia 26 de dezembro para o site da VoteLGBT+. Os 10 curtas vencedores, ganharão R$100, após isso, serão colocados a voto popular, e o mais votado recebe um prêmio de mil reais.

Já o Mapa LGBT+ também está disponível no site da Vote, mas de acordo com Marcos ele está incompleto, pois ainda precisa da interação do público, na qual ele caracteriza como algo muito significante, e que torna o projeto mais vivo a cada vez que algum espaço novo é acrescentado. “ A gente quer continuar essa troca, porque a proposta em primeiro lugar é que o mapeamento possa continuar, ele pode ser completado ainda”, acrescentou o pesquisador.