Museu do Hip Hop de Porto Alegre recebe pela primeira vez a Bienal do Mercosul

Reportagem: Vítor Campos

O Museu do Hip Hop de Porto Alegre, um espaço que se tornou símbolo da cultura urbana na capital gaúcha, acaba de fazer história ao sediar, pela primeira vez, a Bienal do Mercosul, um dos maiores e mais importantes eventos culturais da América do Sul. Essa parceria inédita não é apenas um marco para o museu, mas também para o próprio movimento hip hop, que ganha ainda mais visibilidade e reconhecimento como uma das principais formas de expressão artística da atualidade. O complexo tem 80 funcionários e uma estrutura com quatro prédios, abrigando estúdio de gravação, biblioteca, loja, café, acervo, salas multiuso, área para graffite, breaking e discotecagem, além de espaços para shows, horta, anfiteatro e quadra poliesportiva.

A Bienal do Mercosul reforça ainda mais o papel do hip hop como movimento de resistência, diversidade e inovação. E a programação desse ano, com exposições, performances e debates, é uma celebração da criatividade urbana. O museu se torna, durante a Bienal, um espaço onde artistas e público se encontram para dialogar sobre o impacto da cultura hip hop, trazendo à tona temas como a inclusão, a identidade e a luta por direitos. A Bienal aposta no hip hop como uma maneira de envolver a juventude e provocar reflexões importantes sobre os desafios da sociedade.

Carla Xavier, coordenadora geral do Museu, afirma ser um prazer fazer parte, pela primeira vez, da Bienal: “Para nós, poder participar é uma ação que tem um peso político muito grande.” A coordenadora também falou da importância dessa representatividade, de poder espalhar a cultura do hip hop para todos os públicos. “Para nós é muito importante poder mostrar as artes, a cultura de rua, a representatividade, a diversidade dos Hip Hopers, e poder apresentar para a cidade e daqui a pouco também poder receber pessoas de outras cidades, estados e até países”, revela a coordenadora.

O diretor executivo da Bienal Mercosul, Adriano Neves, explicou a importância do Museu sediar a mostra pela primeira vez: “A importância de estarmos aqui é pelo que representa esse museu para a arte hip hop. Na exposição de 2025 nós temos uma forte presença de artistas latino-americanos, como de costume, mas uma diversidade que diferencia de outras Bienais provavelmente”.

O Museu do Hip Hop fica na rua Parque dos Nativos, número 545, no Bairro Vila Ipiranga, na Zona Norte de Porto Alegre. Para quem quiser visitar as obras do projeto Retratistas do Morro/Afonso Pimenta e da exposição de William Gutiérrez Penãloza, o museu funciona de terça a sábado, na parte da manhã, das 9h até as 12h, e pela tarde, das 14h às 17h.