Opinião: “A Lista da Minha Vida” é filme que faz pensar sobre sonhos e metas

Filme agrada quem cresceu assistindo produções românticas como “De Repente 30” e “Como Perder um Homem em 10 Dias”

Jornalismo Especializado

Filme “A lista da minha vida” é comédia romântica fofa que agrada fãs dos clássicos dos anos 1990 e 2000. Crédito: Netflix, Divulgação

Por Rafaela Radaelli

Praticamente toda jovem nascida entre os anos 1990 e 2000 cresceu assistindo às comédias românticas da “Sessão da Tarde” e da “Tela Quente”. Amadurecer tendo como base a ideia de que, ao chegar à vida adulta, iríamos ter a carreira dos sonhos, as roupas da moda e, o mais importante, o amor da nossa vida, era algo que muitas sonhavam. A ideia final sempre era de que a protagonista só viveria feliz se encontrasse o amor, algo que foi resgatado das histórias infantis, onde a Branca de Neve voltava à vida por causa de seu príncipe e a Ariel trocava a sua vida de sereia para viver entre os humanos por causa do seu grande amor.
Podemos dizer que essas comédias românticas moldaram, até mesmo, toda o imaginário de uma geração de jornalistas que sonhavam com a vida de glamour dos filmes. Em pleno 2025, o público do streaming ganhou um filme fofo para adorar e assistir sempre que precisar de conforto.
A Netflix lançou neste ano “A Lista da Minha Vida”, um filme que em 125 minutos me é capaz de comover e tocar. Não é descabido afirmar que há quem chore durante a exibição. Talvez por que parte do público-alvo da produção esteja em uma fase da vida parecida com a da protagonista. Ela enfrenta questões que vão desde a doença da mãe até cumprir as metas mais “bobas” que traçou na infância.
Baseado no livro “A Lista de Brett” (2014, Verus), de Lori Nelson Spielman, o longa leva a protagonista Alex a cumprir a lista que criou no passado como forma de se reconectar consigo mesma. Enquanto ela completa a lista, o filme dirigido por Adam Brooks provoca a pergunta: por que, quando crescemos, deixamos os nossos sonhos de lado?
Preocupações da vida adulta como dinheiro, tempo e novas prioridades podem ser explicações para abandonar os sonhos de infância. Mas um filme como “A Lista da Minha Vida”, com pitadas de romance e comédia nos momentos certos, reforça a saudável ideia de é possível se sentir bem sozinho.
A diferença para as comédias românticas de quase trinta anos atrás para o lançamento da Netflix é que agora fica mais claro que a felicidade não é baseada somente em encontrar o amor da vida.