Laços de pesquisa e afeto encerram o SEICOM

Evento contou com cerca de 400 trabalhos científicos apresentados

Gabrielly Camargo

Por: Gabrielly Camargo e Rudá Portanova

Reprodução/ Instagram Famecos

O XVI Seminário Internacional de Comunicação (SEICOM) chegou ao fim nesta quinta-feira (28). Com o tema “Comunicação e Laços Sociais: (Re)leituras e Possibilidades”, o evento foi promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (PPGCom) da PUCRS, que completa 30 anos em 2024. O seminário que começou na terça-feira (26) contou com palestras, paineis, apresentações em grupos de trabalho (GTs) e premiações O evento contou com participação de grandes nomes da sociologia nacional e internacional, como o sociólogo Muniz Sodré, que concedeu uma entrevista exclusiva ao Lab J. O evento teve como abertura  a palestra de Michel Maffesoli, homenageado no evento pelos 80 anos, com o lançamento do curta Maffeso-Filme e do Dicionário Michel Maffesoli. 

O evento que aconteceu em modalidade presencial e de forma intensa na terça-feira (26) com atividades pela manhã, tarde e noite também contou com transmissão ao vivo. Da mesma maneira, o encerramento foi de forma online. A coordenadora do SEICOM, a professora Cleusa Scroferneker enfatizou os mais de 400 trabalhos inscritos e destacou que nenhum dos GT’s teve menos de dez trabalhos inscritos “Então isso é super importante para nós. E esse fato de termos transmissão nos deu um retorno muito positivo”. 

Todos os coordenadores do evento destacaram o trabalho feito em equipe e o sentimento envolvido na organização, tal qual o resultado positivo que isso trouxe para o SEICOM. “Cada um dos nossos convidados, o Maffesoli e todos os outros, quando estavam se despedindo, me disseram que o que mais chamou atenção deles foi o espírito de equipe do evento” declarou o professor e coordenador do PPGCOM, Juremir Machado da Silva. 

Cerca de 400 resumos de artigos científicos voltados para a comunicação, mídia e questões sociais foram apresentados nos 12 GTs, nos dias 27 e 28. No GT “Comunicação organizacional, cultura do cuidado, gestão de riscos e crises”, por exemplo, foi apresentado o trabalho “Estratégias comunicacionais de redução e direcionamento da visibilidade nas mídias sociais com ênfase da produção científica entre 2021 e 2024” do professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Diego Wander Montagner e da voluntária no projeto e estudante de relações públicas da UFRGS Martina Johana. O trabalho buscou dar ênfases científicas sobre o direcionamento da invisibilidade na mídia através de leituras de 233 artigos. “ Os artigos exploram como estratégias e dinâmicas de influência digital aumentam ou diminuem a visibilidade nas ambiências digitais, além de destacar a conexão entre influenciadores e a construção de narrativas dominantes”, afirma Diego. 

Já no GT “Comunicação, jornalismo e desinformação” o pós-graduado na Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM-SP) Cláudio Emanuel Knupp Rodrigues apresentou o trabalho “Afetos e mediação: Dinâmicas de repercussão das chuvas no RS em 2024” em conjunto com a docente titular do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Consumo da  ESPM-SP, Marcia Perencin Tondato. O artigo buscou explorar como afetos e paixões influenciam a percepção das mídias em crises, usando como base as enchentes que assolaram o Estado do Rio Grande do Sul . O enfoque do artigo usa como base a hostilidade vivida pelo jornalista na RBS Eduardo Paganella em uma das reportagens do programa Jornal do Almoço nos postos de ajuda humanitária de Porto Alegre. “ A forma como são passadas as informações interfere diretamente no entendimento do ouvinte e se a notícia é ligada à crença da pessoa, pouco importa para ela a veracidade do fato”, afirma Cláudio ao tentar justificar as agressões vividas pelo jornalista na época.  

Coletividade marcou o evento

O XVI Seminário Internacional da Comunicação de 2024 que deixa registrado as homenagens, comemorações, coletividade e afeto, além de muita ciência e pesquisa encerra com fala de Cleusa, que agradeceu a todos os participantes que tornaram o evento uma realidade e enfatiza o trabalho coletivo.

“O evento não está sozinho, o evento é um fruto coletivo. O principal laço que nos uniu foi o afeto”. – Cleusa Scroferneker